Programação dos blocos e do desfile pode ser encontrada em sites, redes sociais e via celulares
O folião do carnaval 2010 não precisa ser um geek (nova geração de nerd, mais descolado) para utilizar a internet ao seu favor na maratona de blocos que começa a sacudir a cidade. Basta “dar um Google” para ter a localização de mais de 400 blocos do Rio que estão traçados no Google Maps. A novidade já se espalhou por e-mails e blogs.
Essa é só uma das ferramentas disponíveis, entre Twitter, blogs especializados e, ainda, sites de relacionamentos como Facebook e Orkut. Para ajudar a organizar a programação para a maratona de blocos no Rio de Janeiro é importante pesquisar, imprimir as planilhas com horários e mandar uma mensagem para os amigos com o dia e o local combinado. Cuidado para não se perder entre tantas opções.
Neste ano a RioTur (Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro) divulgou uma lista com 499 desfiles de 461 blocos cariocas. O aumento de blocos carnavalescos registrados pela prefeitura foi de 71%. Na verdade, os blocos existiam, mas não eram regularizados. Entre os blocos aprovados, 172 estão na Zona Sul, 83 na Zona Norte, 39 na Zona Oeste, 54 na Barra, 55 na Tijuca e 96 no Centro da cidade. Alguns desfilam mais de uma vez, não falta oportunidade para cair na folia.
Para o criador do site Carnaval Virtual, Jorge Luiz Cesário Wanderley, a web não só ajuda na organização da brincadeira como registra a memória do carnaval de rua.
“A internet permite a troca de informações, essa é grande vantagem. Antes a divulgação era extremamente local, com exceção dos grandes blocos. A web popularizou o acesso aos blocos menos conhecidos. Na internet todo mundo é vizinho, a idéia é reunir as pessoas, os grupos. Com o Carnaval Virtual pretendo registrar o carnaval de rua, que é uma brincadeira mais efêmera. Quero dar uma visão mais permanente da festa.”, defende Jorge Luiz, folião pernambucano radicado no Rio de Janeiro desde os anos 70:
“Brinco o carnaval desde criança, mas sempre fui fascinado por blocos de rua. Freqüento diversos blocos: Bloco de Segunda, Suvaco do Cristo... Mas prefiro os blocos pequenos, são mais espontâneos”, revela.
O estudante de cinema, Patrick Ribeiro, prefere os blocos mais famosos, “quanto mais lotados melhor”, mas sabe que o importante é definir a agenda para não ficar confuso. Para isso, ele usa a tecnologia até mesmo quando está no bloco.
“Não consigo sair de casa sem o celular, vou convidando os amigos que deixam tudo pra cima da hora. Mas antes disso já fiz um cronograma de todos os dias de carnaval. Vejo a programação em comunidades dos blocos no Orkut, blogs e acompanho os twiteiros. Os blocos têm que ter muita gente, tenho que me perder, quanto mais lotados melhor.”
Mesmo se organizando para seguir os blocos mais famosos, é importante ficar atento para a possibilidade de os horários mudarem, numa tentativa de evitar que o desfile fique muito cheio quando é muito divulgado. Os foliões mais espertos mantêm contato com os integrantes dos blocos, em último caso, não pensam duas vezes em mandar uma mensagem de celular ou um e-mail para se informar.
“Começo a me organizar em janeiro, vou estudando os locais de concentração dos blocos. Uso a internet também, mas confio muito nos meus 'informantes' espalhados pela cidade, são amigos ligados aos participantes dos blocos. Na internet temos tomar cuidado com as informações erradas”, pondera Elaine Dual, que, antes de cair na folia, reúne os amigos para criar as próprias fantasias.
Um fato é indiscutível, o calçadão virtual facilita a vida dos foliões, mas o carnaval mesmo é na rua.
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Carnaval do Brasil
Colaboração de Ramon Mello
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