BEM VINDO

Bem Vindo ao Blog ao Turismo Legal Iara Lima , nele você irá encontrar assuntos de turismo nacional e local .

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O bebedouro de araras

O bebedouro de araras


Araruama, cidade litorânea localizada a 108 km do Rio de Janeiro, é conhecida pelo potencial turístico e por belas praias. Mas poucos sabem que a cidade abriga um grande acervo relacionado às tribos Tupinambás, que habitaram o território do município entre 650 anos a.C. até o século XVI. Não é à toa que o nome Araruama vem da língua indígena, significando ‘bebedouro de araras’.

O acervo, descoberto através de pesquisa arqueológica feita sob a coordenação de Ângela Buarque desde 1993 - com a participação da comunidade de Morro Grande, distrito de Araruama, que deu início ao processo ao relatar o achado de uma urna funerária -, é formado por cerâmicas ricamente decoradas, contas de Ruen, lâminas de machado e uma cota de malha do século XV, única peça deste tipo já encontrada no Brasil.

De acordo com Ângela, o patrimônio arqueológico de Araruama põe em xeque a máxima histórica, presente nos livros didáticos, de que os portugueses colonizaram o Brasil.


“Araruama representa um microcosmo do processo de colonização do território brasileiro e os dados recuperados demonstram que essa é a colonização mais antiga do território brasileiro. O acervo é a materialização desta antiguidade e da riqueza cultural do município, e atua como uma alavanca para o desenvolvimento cultural e científico da população araruamense”, defende Ângela.

“O patrimônio arqueológico de Araruama é formado por vários sítios”, continua Ângela. “Até o momento, são 20 sítios, cada um com sua denominação, como sítio Morro Grande, sítio Barba Couto, sítio Serrano.”

Ângela explica que o envolvimento do poder público e da comunidade foi fundamental para a continuidade e a divulgação do projeto. Para garantir a preservação do patrimônio cultural, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura criou o Museu Arqueológico de Araruama (MAA), gerenciado pela arqueóloga Márcia Barbosa Guimarães.

“O acervo arqueológico, por sua diversidade de matérias-primas, por sua fragilidade, considerando que se encontrava disposto em um determinado ambiente, com condições específicas que o mantiveram preservado durante séculos - muitas vezes, milênios - , é um dos mais exigentes, em termos de preservação”, explica Márcia.

No MAA o visitante é informado, através de painéis expositivos, sobre os primeiros colonizadores da costa fluminense - ou “sambaquieiros”, na linguagem do povo local - e sobre os grupos ceramistas Tupinambás e Goitacás.


“O Museu Arqueológico mantém uma exposição permanente sobre a ocupação pré-colonial da Região dos Lagos. É nosso patrimônio mais valioso, faz parte da identidade do povo”, afirma o Subsecretário de Cultura de Araruama, Ricardo Adriano.


A exposição dedica, ainda, um espaço à ocupação histórica do município de Araruama, apresentando dados sobre o século XIX, coletados através da pesquisa histórica e arqueológica efetuada na Fazenda Aurora, patrimônio histórico tombado pelo INEPAC e restaurado pela Prefeitura de Araruama.


Atualmente, o acervo arqueológico de Araruama está sob a guarda do Museu Nacional, e precisa de um espaço permanente com condições ideais de segurança.

Onde quer que esteja abrigado, contudo, o acervo arqueológico de Araruama é hoje referência para a ocupação Tupinambá no Brasil, uma grande contribuição para a preservação da memória nacional e regional.





Colaboração de Ramon Mello

Nenhum comentário:

Postar um comentário